Um dos eventos mais importantes que estão acontecendo no Brasil nestes tempos de grande mudanças politico-culturais, são os encontros da TEIA.
Fruto do Programa Cultura Viva, criado por o ex-Ministro da Cultura, o compositor, artista internacional, ativista verde e mestre espiritual brasileiro Gilberto Gil e pelo Secretario de Programas e Projetos Culturais do mesmo Ministério, o grande ideólogo e ativista militante Célio Turino, uma rede de 800 Pontos de Cultura tem sido selecionados entre os milhares de grupos e organizações culturais autônomas, tradicionais e de vanguarda, para torna-se em espaços de resistência no pais inteiro. Vinculando-se entre si esta rede emergente esta formando um novo modelo de organização e movimento nacional, reivindicando seu protagonismo sócio-cultural, e criando com essa ação conjunta, uma nova relação entre o Estado e a Sociedade.
Instalado no ano 2004, o Programa Cultura Viva, ao qual a Caravana pertence desde o ano 2005-6, cada ano esta conseguindo articula-se de uma melhor maneira, respeitando e fortalecendo sua autonomia, identidade e formando uma verdadeira TEIA, que nos últimos três anos vem se reunindo em diferentes capitais do Brasil, e que neste ano foi organizada em Brasília, como o apoio do MinC, o patrocínio de Petrobrás, a Secretaria de Cultura do DF, SESI. SESC e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, entre outras.
Com o Coyote Alberto como representante na Comissão Nacional de Pontos de Cultura, um posto que Verônica ocupou nos anos anteriores, e com Verônica como delegada pelo Pontao Caravana Cultura Viva, que faz parte da TEIA, nos apresentamos um programa com varias atividades para fortalecer a “Ação Cultura de Paz,” uma proposta que a Caravana vem levando desde sua chegada ao Brasil e que finalmente, este ano tive um reconhecimento e apoio por parte de outros pontos do Programa Cultura Viva.
Devido a um recorte importante no orçamento para a realização da TEIA, este ano somente foram contemplados e selecionados 35 grupos artísticos de todo o pais para participar na programação artística da TEIA, e afortunadamente, a Caravana foi um desses grupos favorecidos, principalmente por nos oferecer uma proposta que nenhum outro grupo oferece para o Programa. Nossa mistura de artes, cerimônia, vivencia, que é resultado de nossa composição e proposta internacionalista e nossa itinerancia como o único grupo enlazador entre pontos de todo o pais, permiti que pudéssemos ter o privilegio de participar neste encontro maravilhoso.
A TEIA tive três dias dedicados ao Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, no auditório do Museu da Republica, no Planalto central, coração político-histórico do Brasil. Do dia 12 ao 14, uma agenda intensa conseguiu ser cumprida, com mesas para contextualizar os objetivos do FNPC, coordenada por nos da CNPC, fala do Secretario-Executivo do MinC, Alfredo Manevy, debates, intervenções, grupos de trabalho, plenárias estaduais, plenária final, propostas aprovadas pelos grupos de trabalho, debate com Célio Turino e encerramento do Fórum com o repasso do bastão da antiga CNP a nova Comissão elegida no curso do Fórum.
Os dias 13 e 14, a Caravana tive a responsabilidade de fazer as vivencias de recepção e acolhimento a todos os delegados provenientes de todo o pais (chegaram 600 deles)- Com nossas camisetas distintivas do Pontao, narizes de palhaços e cartazes oferecendo abraços, sorrisos e beijos a todos os assistentes, começamos as atividades, seguidas de uma dinâmica de sons de instrumentos étnicos de diversos paises, uma meditação dirigida, exercícios de respiração e ioga, e uma terapia coletiva de abraços que fechou com uma roda espontânea abraçando-se a fazendo um OM que todavia tem ressonância no auditório do Museu.
Na nova CNPC, Verônica ficou como uma de três delegadas pelo Grupo de Trabalho Cultura de Paz, e no ultimo momento do Fórum, todos os representantes montamos no palco para uma histórica fotografia desse ato importante de empoderamento coletivo do emergente Movimento Nacional da Rede de Pontos de Cultura. Uma revolução silenciosa esta acontecendo no Brasil, e a gente fica muito honrada de estar tendo parte dela.
O dia 13, no Teatro Nacional Cláudio Santoro tive lugar a Abertura Oficial da programação artística, com uma cerimônia conduzida por Chico Simões, a presença das principais autoridades representando as Secretarias e Ministérios parceiros, com uma fala comovente do Secretario Turino e com a apaixonante Opera de Macuna, apresentada pela dançarina e cantante Iara Rennó.
Os dias 15 e 16 foram dedicados a seminários, encontros, oficinas, apresentações artísticas, dia e noite, em diversos pólos do Planalto, a mostra de produtos e venda na Tenda da Economia Solidária, Mostras audiovisuais, e a Exposição de arte e diversidade cultural Brasileira, a Mostra Intercultural “Um olhar sobre os povos indígenas”, com a presença de uma aldeia indígena frente a Catedral, na Esplanada dos Ministérios, com 20 etnias lto, milhares de indígenas de vários cantos do Brasil. Também foi criado um espaço Tenda Griô, para receber 60 mestres e aprendizes griô de todo o pais, que fazem parte da Ação Griô que esta recuperando a tradição oral e levando-a as escolas de todo o Brasil.
A Caravana tive seu momento nessa mareia de atividades, com um espetáculo de rua, no frente do Museu, com uma combinação de teatro-circo-dança que nos levou a dar inicio com nossas bandeiras arcoiris e da paz, ao grande Cortejo dos Pontos de Cultura, que nos tomamos a Esplanada dos Ministérios, as ruas do Planalto, com todos nossas cores, nossas danças, nossos figurinos, nossos tambores, para marchar pacificamente na direção da Praça dos Três Poderes.
Na caminhada surgiu espontaneamente uma “ocupação” da Catedral, por vários centenas de nos, que foi detida por os sacerdotes e os guardiões, e quase causo uma confrontação com os milhares de pessoas que não foram admitidas no recinto ecumênico. O Secretario Turino tive que ligar para o Arcebispo, e Monsenhor conseguiu parar uma ação da policia que um dos sacerdotes estava decidido a chamar para nos botar todos fora do recinto.
O cortejo festivo continuo, chegou baixo um sol incandescente até a Praça dos três poderes, e no momento de entrar, um magnífico e brilhante arcoiris cobrelo a praça, justo sobre a bandeira do Brasil, no momento que nos da Caravana com nossos distintivos e bandeiras iniciávamos uma roda gigantesca para juntar a todos os participantes da TEIA.
A “Re-proclamação da Republica” tive lugar nesse momento histórico, e milhares de vozes entoaram o hino nacional do Brasil, a ritmo de samba, entre abraços, lagrimas, sorrisos, e uma alegria e no meio de um otimismo desbordante. O cometido da TEIA, criando um arcoiris no chão, tive sua resposta no céu, no ponte luminoso arcoiris que se formou nesse preciso instante, sincronicamente, unificando a terra com o resto do Universo.
No coração da roda, Verônica-chamana prendei uma pequena fogueira, para limpar a praça e celebrar a união harmônica desse momento, e uma coluna de dúzias de pessoas de todos as tradições, cores, cantos do pais, fizeram cola para serem defumadas com o copal e com as ervas mágicas e sagradas, e para levar as benzas as suas respectivas comunidades e lares...
O sacro e o mundano se abraçaram, e como num ying-yang, o grande propósito de nos todos, “iguais na diferença, e diferentes na igualdade” foi consumado. A TEIA marca um passo importante no fortalecimento dos movimentos culturais do Brasil. Um exemplo para todos nos dos outros paises das América e do mundo.
Obrigados por todo!!
Que a TEIA cresça pelos quatro cantos da Mãe Terra!!